Sobre o Projeto

O Projeto Macuco: um pássaro que reaprende a voar foi viabilizado pelo Prêmio Tuxaua 2010 (Ministério da Cultura).

O projeto Macuco: um pássaro que reaprende a voar prevê a constituição de uma rede de diálogos e ações entre coletivos de mulheres no que se refere à cultura e à arte, uma maneira de garantir que a mulher seja protagonista de seu próprio fazer cultural. Além disso, prevê a sistematização de elementos da cultura intimamente (e historicamente) ligados às funções sociais da mulher. Sabedorias antigas, de manipulação das plantas, do trabalho artesanal, do parto natural, e que vêm sendo desprezados como “coisas de mulher” e vistos como indignos de serem realizados pela “mulher moderna”. Com isso, essa sabedoria, que há milênios esteve resguardada pelas mãos das mulheres, correm riscos de se perder para sempre. É necessário resgatar na ancestralidade a importância da memória e da cultura da mulher e fortalecer os vínculos quebrados pelos processos destrutivos deixados pela discriminação e pelos preconceitos registrados em nossa sociedade.

Afora isso, esse projeto almeja criar novos espaços de articulação da mulher, espaços por tanto tempo negados a gerações de mulheres. Um desses espaços diz respeito ao papel da mulher dentro da Capoeira Angola e também como articuladora e gestora de ações culturais.

Garantir a participação da mulher nos espaços políticos e culturais é garantir a participação de toda a humanidade na repartição dos bens da terra, é politizar e dinamizar a população em torno de novos modelos de vida e de garantia aos direitos de cidadania. Através da sensibilidade, paciência e poder de superação da mulher podemos criar uma rede dinâmica de ações que descarte o preconceito em todas as suas manifestações.

Sabemos que existem muitos coletivos de cultura ligados à ação da mulher, e esses coletivos precisam de elementos formativos para se criem vínculos de interação e sustentabilidade, e assim, se efetive uma Rede de Coletivos de Cultura da Mulher. A realização deste projeto atende ao objetivo de unificar as forças dos vários agentes da Rede Cultura Viva, garantindo suas independências e associando métodos e alternativas que possam sobrepor relações autoritárias e de exploração entre as pessoas.

Sendo mulher, negra e de baixa renda (e tendo superado na arte e na cultura essas barreiras), me sinto capacitada em ajudar na construção de modelos afirmativos de cultura para a nossa sociedade, pois é através de atos constituídos e práticas mobilizadoras que podemos envolver pessoas em uma nova dinâmica social e garantir a continuidade de nossa espécie.

Ser uma TUXAUA num lugar de tantas diversidades e de tantas opressões é uma tarefa desafiadora, pois aqui estou tratando de questões enraizadas na sociedade que precisam ser diagnosticas e tratadas com muita especificidade.



As Circunferências de Cultura serão realizadas nas seguintes localidades:


·         Comunidade Quilombola do Macuco, em Minas Novas - MG, no Vale do Jequitinhonha.

·         Vila Acaba Mundo (Ponto de Cultura Querubins, em Belo Horizonte - MG).

·         Comunidade Quilombola do Açude (Ponto Cultural e Ambiental da Serra do Cipó, em Santana do Riacho - MG)

·         Vila São João Batista - Venda Nova (Ponto de Cultura Espaço Artístico Cultural Cor (tição) em Belo Horizonte – MG).

·         Comunidade Indígena Krenak (Ponto de Cultura Língua Mãe – Fortalecimento da Cultura Krenak, em Resplendor – MG).

·         Bairro Saudade (Ponto de Cultura Dim Dim Dom Berimbau chamou eu vou, em Belo Horizonte – MG)

·         Comunidade Quilombola do Matição (Pelo Ponto de Cultura Quilombo do Mato do Tição, em Jaboticatubas - MG).

·         Comunidade Quilombola de Pinhões (Ponto de Cultura Art.22, em Santa Luzia – MG).

·         Retorno à Comunidade Quilombola do Macuco, em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha.